Un vero cafetino italiano!

Hoje consegui acabar de vez com uma das causas geradoras do desconforto que sentia há alguns dias… tudo graças à Brikka, uma cafeteira italiana à séria – daquelas que fazem café espresso com espuminha – oferecida pelo bom amigo Andrea (grazie!) e que a minha Mãe carinhosamente me enviou por correio.

Perante isto, só tenho uma coisa a dizer: és grande Mãezinha!! :)

As Nações – representantes máximas da vida académica

Uppsala é conhecida pela riqueza da sua vida académica, em grande parte devido às chamadas “Nações” e às actividades que estas oferecem.

Mas afinal o que são as nações?!

Bem, no fundo são organizações de estudantes que surgiram com o intuito de servir como ponto de encontro para estudantes que vinham da mesma zona do país. Para percebermos a sua origem, temos que recuar até ao século XVII, altura em que surgiram a maior parte das nações. É que se hoje em dia fazer Erasmus e estudar num país estrangeiro pode parecer algo banal, há umas centenas de anos sair da vila natal e vir para uma cidade estudar não era assim tão fácil, mesmo dentro do próprio país. Então se falarmos de um país como a Suécia, cuja densidade populacional é muito menor que em Portugal, facilmente compreendemos que os jovens estudantes tivessem necessidade de se juntar aos seus semelhantes. Assim, por exemplo, os alunos de Gotemburgo juntavam-se na Göteborg’s Nation, os de Estocolmo na Stockholm’s Nation e assim por diante. Hoje em dia não é necessário escolher a nação que corresponde à zona de origem, havendo liberdade de escolha.

Este conveniente agrupamento de estudantes deu origem a 13 nações, que representam todas as zonas da Suécia. Cada nação tem casa própria, que em muitos casos é mais uma espécie de palacete… modestos, os meninos!
Nas nações organizam-se diversas actividades: música ao vivo, coro, teatro, provas de vinho, viagens, diversos eventos desportivos, as famosas “Fikas” que são um misto de almoço e lanche – com café, chá, sandes, saladas e bolinhos, jantares de comida típica sueca, entre outros. Cada nação tem um bar, que abre geralmente todas as noites até à 1:00h. Algumas nações são um verdadeiro clássico imperdível da animação nocturna e têm noites fixas nas quais há festa a sério! Muitas nações têm também pequenas bibliotecas onde se pode estudar durante o dia.

É obrigatório pertencer a uma nação e eu, enquanto aluna de Erasmus, não tinha preferência por nenhuma zona particular da Suécia. Por isso escolhi uma nação de tamanho médio (com cerca de 1800 membros), muito acolhedora, onde existe um cozinheiro maravilhoso (o latino-americano Rafael) e um clube de prova de vinhos :). Agora sou membro oficial da Gästrike-Hälsinge Nation! GH, para os amigos.

Na foto, o Rafa e o Niklas, dois elementos do staff da nação.

Temporariamente ausente por motivos de força maior

Este fim-de-semana foi quase só estudo, daí o meu silêncio...
Mas prometo voltar com posts fresquinhos durante esta semana :)

Saudade, esse sentimento tão português

Coisas de que tenho realmente saudades:

• Um verdadeiro café expresso por 50 cêntimos;
• Bacalhau seco à moda portuguesa – cá só se encontra bacalhau fresco :(
• Temperaturas positivas…
• Ver televisão! O facto de não haver sala comum na residência não ajuda;
• Conduzir – 5 meses a andar a pé parece coisa de menor de 18 anos;
• Ver o sol de Lisboa e sentir aquele calorzinho na cara;
• Ir ao supermercado e não ter que tentar decifrar o que são as coisas;

E claro, tenho saudades de todos aqueles que faziam parte do meu dia-a-dia…

(a foto não é minha, é do Nicolau, do Ninja ou do Daniel, que espero não se importem que eu a publique aqui...)

Swedish style...

Os suecos até têm um grande sentido de humor, só é preciso estarmos atentos. Senão vejamos:

• É normal andar descalço (só de meias) em muitos sítios, inclusive no café da biblioteca que tem uns 500 anos... vendo bem é higiénico! (se a moda pega na Lusófona, tá tudo tramado)


• Também é comum as miúdas apalparem as mamocas umas das outras enquanto esperam para entrar na disco...


• Cumprimentar alguém com dois beijinhos é que não! Confianças?! Isso é que era bom!!


• Existe um mito que diz que os suecos são um povo frio. Mas ao fim de dois copos já dançam todos agarrados uns aos outros, num estilo muy caliente


• É engraçado sair de casa às 7 da manhã de sábado para procurar um mercado de coisas em 2ª mão, chegar ao sítio e não haver lá nada porque afinal está muito frio... era suposto não estar??


• Um sueco pode estar fulo da vida que não pragueja nem pestaneja, fica caladinho a digerir sozinho. Nós portugueses também somos mais ou menos assim, sobretudo os taxistas...


• Quando dizem que uma Fika (hora do café, chá e bolinhos) é de graça, na realidade estão só a brincar: o que é de graça é a entrada no sítio, de resto paga-se tudo o que se consome


• Por fim, os deliciosos bolinhos de côco têm um nome tão original que nem dá vontade de comer... :)

Tá fresquinho...

Estão só -8ºC... a temperatura mais baixa a que estive sujeita até agora foi de -11ºC com sensação de -16ºC!!
Felizmente o sol brilha um bocadinho e tenho visitas de uns rapazitos portugueses que estudam em Estocolmo, por isso o a animação tuga aquece a alma e minimiza um bocadinho o gelo exterior.
Ao que parece o sistema cá também falha: o meu "P Number", que é basicamente a minha identificação enquanto estudante e me faz falta para tudo, ainda não está disponível, o que me pode literalmente fechar imensas portas, como as das bibliotecas ou das nações. A encomenda que devia ter chegado hoje de Portugal está em paradeiro desconhecido, por isso vou ter que esperar mais um dia. Enfim, isto é só conversa despeitada de quem gostaria de viver num país realmente de 1º mundo como a Suécia.
Quando dizemos ao pessoal que vivemos na "Banana's Republic" eles não têm bem noção do que isso é. Tudo isto para dizer que, sim senhor, estou a gostar muito de cá estar :)

E afinal de contas a neve e o frio podem até nem ser assim tão maus... há sempre passatempos novos para aprender, como podem ver pela foto do Daniel, Ninja e Nicolau a tirar estalactites da Catedral de Uppsala... :)

Este pessoal trabalha a sério...

Vir parar à Escandinávia foi sem dúvida a melhor coisa que me podia ter acontecido. Aqui respira-se conhecimento e fervor estudantil (o que quer que isso seja)!
Confesso que fiquei terrivelmente bem impressionada quando visitei a majestosa biblioteca Carolina Rediviva (a mais antiga e importante cá do sítio) e quase tive medo de respirar para não incomodar os demais. Eu e a Ana (a minha companheira de aventura) não sabíamos bem se havíamos de chorar ou rir ao lembrarmo-nos da biblioteca da nossa universidade-mãe, a Lusófona, onde entre a biblioteca e a esplanada do Xiribitatá só há duas diferenças: a primeira tem livros e muito mais barulho!

Välkommen!

Após uma semana de adaptação, integração e boas-vindas, finalmente arranjei um tempinho para dar a conhecer aquilo que tenho vivido aqui.

O entusiasmo ainda não esmoreceu, a sede de coisas novas também não e cada dia é uma nova surpresa. A vida em Uppsala corre em geral a um ritmo muito tranquilo, mas a quantidade de actividades para os novos estudantes é tão grande que não deixa ninguém sossegado. Estava à espera de encontrar uma cidade similar a Coimbra no que respeita à vida académica mas, agora que vi o que isto é, não trocaria Uppsala por nada. E de cada vez que penso que a minha primeira opção era a Universidade Complutense de Madrid até me arrepio... onde é que eu estava com a cabeça?